segunda-feira, 6 de agosto de 2007

BUSTO DE TAMANDARÉ

João Pessoa | Paraíba



Planta Baixa


Elevação




FICHA TÉCNICA

Arquitetura: Kleimer Martins e Márcio Lucena
Local: Praia de Tambaú . João Pessoa/PB
Projeto: 2003
Desenho a m
ão: Antonio Claudio Massa



Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pelo trabalho inovador. Porém, devo dizer, o espaço continuará quase o mesmo. Acredito que posso ajudar com a sugestão do texto abaixo. Abraços.

Assista de Camarote

Deusemar Chaves
A vida pede passagem... Ao ver mais um monte de concreto que começa a se erguer naquele terreno baldio de frente para o mar, no Busto de Tamandaré, divisa das praias de Cabo Branco e Tambaú, deparei-me com um outdoor em que nele está escrito frase apelativa: “O nascer do sol é um espetáculo... assista de camarote.”
Confesso que fiquei deveras preocupado com a construção de mais um prédio à beira mar. Logo, ele tomará forma arquitetônica para atender uma minoria privilegiada, endinheirada, que terá o prazer de não somente assistir ao nascer do Sol de camarote, mas, também, de se mobilizar – num futuro bem próximo – para acionar a Justiça contra os eventos festivos que se repetem anualmente, faz tempo.
O desenrolar disso não será surpresa: teremos o Révellon, quem sabe, ameaçado! Em petição inicial – já posso prever – seus advogados alegarão o “direito ao sono tranqüilo depois das 22h00min”. Virão os órgãos do meio ambiente atendendo demanda judicial. Pois, os novos proprietários do pedaço, estarão “sendo importunados” com a poluição sonora das bandas que tocam para a multidão.
Com aquela construção adormecida, sonhada há tempos pela especulação imobiliária, talvez não se possa mais, assistir ao nascer da Lua Cheia. Ver de perto a Orquestra Sinfônica da Paraíba, entoando belas sinfonias para acalentar a mente; embelezar a vida e intimar a paz... O desabrochar da Lua será um espetáculo para pouquíssimos enamorados assistirem, de camarote.
Entre um verão e outro, pessoas do mundo inteiro, de todos os credos se encontram naquele Busto para saudar a vida. João Pessoa merece um espaço, sem teto, para os grandes encontros. Se faltam idéias de colaboradores para tornar aquele ambiente “maneiro”, aí está a minha. Quiçá para descongestionar a vida, descongestionar o ir e vir das pessoas que lá se exprimem e se atropelam entre a beleza do mar e a solidez do concreto.
Falam-se em mobilidade urbana... No trânsito somos reféns. Sofremos pela falta de decência de quem ignorou um futuro que se desenhava. Décadas se foram em outros tempos. Faltou previsão! Faltou o conforto que o ente público deixou de proporcionar. Por isso nos debatemos, agonizamos, morremos. - Continuaremos que nem um quê de amontoados... imprensados sob o olhar do Sol, o contemplar da Lua e o testemunho do Mar?
Não deixem que o Nascer o Sol seja um espetáculo visto de camarote, para poucos. Aquele local, aberto, será um espetáculo! Temos o Tambaú Hotel, o Centro de Convenções já se mostra. O turismo ganhará espaço nobre para encontros, desencontros, caminhadas, exposições, feiras, a Copa... Permita-me gracejar, em fim: até helicóptero poderá pousar naquela esquina!
Como cidadão, torço, para que os governos - da capital e do Estado - unam-se! Tomem para si o prazer de oferecer para a maioria, gratuitamente, uma área livre daquilo que o privado somente enxerga como lucro. A CF, art. 5º, inc. XXIV esclarece: “A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social...”
O povo quer abraçar o Sol, tomar um banho de Lua, olhando libertos para o Mar. Com os pés no chão, o nascimento da Estação do Sol, apreciar. - É um bom nome... não?
Deusemar, estudante de Direito
deusemarchaves@yahoo.com
8894.5053 / 9919.4874